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“Ainda Estou Aqui”: A História faz jus à Verdade

A vitória histórica do filme Ainda Estou Aqui no Oscar de Melhor Filme Internacional e o excelente resultado alcançado por Fernanda Torres, indicada e quase vencedora como melhor atriz, representa um marco significativo para o cinema brasileiro e uma poderosa reflexão sobre nossa história recente.

 

Dirigido por Walter Salles, o longa retrata a luta de Eunice Paiva após o desaparecimento de seu marido, o deputado Rubens Paiva, durante a ditadura militar no Brasil. Em um momento em que o país enfrenta o ressurgimento de discursos autoritários e tentativas de revisionismo histórico, a conquista deste filme serve como um lembrete contundente das atrocidades cometidas no passado e da importância de não as esquecer.

 

A narrativa de Ainda Estou Aqui expõe as feridas abertas pela ditadura militar, funcionando como um alerta contra qualquer forma de autoritarismo. O filme deixa claro que a história, por mais que tentem apagá-la ou reescrevê-la, sempre faz jus à verdade. Ela sempre encontra um meio de emergir, de romper o silêncio imposto por aqueles que tentam distorcer ou minimizar os horrores do passado.

 

Essa lição se torna ainda mais urgente diante dos recentes acontecimentos políticos no Brasil. O ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta investigações no Supremo Tribunal Federal por sua tentativa de golpe de Estado, ao questionar as eleições e incentivar atos golpistas que culminaram na invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. A história nos lembra que aqueles que tentam repetir os erros do passado serão cobrados por isso.

 

A obra também destaca a resiliência e a coragem de indivíduos que enfrentaram regimes opressores, simbolizando a luta pela democracia e pelos direitos humanos. A atuação de Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva, também foi amplamente elogiada, trazendo à tona a dor e a determinação de uma mulher que se recusou a silenciar diante da injustiça.

 

A vitória de Ainda Estou Aqui não é apenas um reconhecimento artístico, mas também um posicionamento político e social. Ela reafirma a necessidade de confrontarmos nosso passado para que possamos construir um futuro mais justo e democrático. Em tempos de polarização e ameaças às liberdades individuais, o filme surge como um lembrete da importância de resistirmos a qualquer forma de opressão e de valorizarmos a memória histórica como ferramenta de transformação social.

 

Para o Comitê Popular de Luta por Defesa da Caixa, esta conquista anima a nossa luta e reforça nosso compromisso em defender instituições públicas e democráticas e promove um acerto de contas do Brasil com o seu passado autoritário e com o flerte que beira o Teatro do Absurdo no presente, quando por pouco, boa parte dos militares e da extrema-direita não arriscaram novamente um estado de exceção. Assim como Eunice Paiva lutou pela Verdade e Justiça, devemos continuar vigilantes na proteção dos direitos conquistados e na promoção de uma sociedade mais equitativa e consciente de sua história.

 

A história pode ser ameaçada, distorcida ou temporariamente silenciada. Mas, como prova Ainda Estou Aqui, a verdade sempre ressurge. E, diante dos que tentam adotar caminhos autoritários, a história se encarrega de colocar cada um em seu devido lugar.

 

Ainda estou aqui virou febre e orgulho nacional, inclusive Fernanda Torres viu com alegria seu rosto ter virado máscara de Carnaval, celebrada no meio do Povo Brasileiro, de Norte a Sul do País.

‘A vida presta!’