Conforme diz o prefácio da sua biografia, escrito pela premiada escritora Conceição Evaristo, “E qual a importância de se fazer conhecer histórias de vida como a de Macaé Evaristo? Em parte, já dissemos: histórias de mulheres negras informam questões que a sociedade brasileira, como um todo, precisa pensar também porque a atuação das mulheres negras, desde a escravização dos povos africanos e seus descendentes no Brasil, são exemplares de modos afirmativos de ‘segurar’ a vida apesar de… E ainda, para informar sobre nossos feitos, como sujeitos históricos – mulheres negras – na nação brasileira”.
Apesar do antipetismo, apesar do jornalismo difamatório, apesar do racismo e da misoginia, Macaé Evaristo é bem-vinda ao governo Lula e é a esperança de um Ministério dos Direitos Humanos combativo, mas conduzido de forma leve e respeitosa, como todos os seres humanos merecem ser tratados.
A nova Ministra dos Direitos Humanos tem uma extensa carreira nas áreas de Educação e Direitos Humanos no Brasil. Ela foi Secretária Municipal de Educação de Belo Horizonte entre 2005 e 2012 e Secretária Estadual da mesma pasta entre 2015 e 2018. Além disso, foi titular da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC), coordenou programas como a implantação de Escolas Indígenas, a Escola Integral em Minas Gerais, Escola Integrada em BH e cotas para ingresso de estudantes de escolas públicas, negros e indígenas no ensino superior.
Mas, Macaé tem um imenso “defeito” para a imprensa: ela é petista. Sendo assim, sua inteligência, sua capacidade, seu pioneirismo e a sua aplaudida nomeação em um Ministério que necessita dela urgentemente já foram conspurcados por notícias completamente fora de propósito.
Fora de propósito porque em nenhuma das denúncias Macaé tinha ingerência para interferir em processos licitatórios, porque ela sequer participou das comissões públicas destinadas ao acompanhamento das licitações, porque seus detratores não comprovaram qualquer relação ou responsabilidade dela em tais denúncias, algumas inclusive já encerradas sem condenação.
Contudo Macaé não se amedrontou. Mulher, negra e pioneira em diversos dos cargos que assumiu ao longo de sua história, a Ministra já conhece bem a perseguição que integrantes do PT sofrem da mídia e dos setores mais retrógrados da sociedade.
Assistente Social, professora, mestra, doutoranda e atualmente deputada estadual de Minas Gerais afastada para assumir o Ministério, Macaé Evaristo conquistou o respeito dos profissionais da área que já conhecem sua disposição e intelecto para enfrentar os desafios que um cargo de Ministra exige. Para além disso, ela ainda é conhecida por ter uma sinceridade a toda prova nas reflexões sobre seus erros e acertos em cada cargo que ocupou.
A tentativa, felizmente vã, de sujar a biografia de Macaé sem provas é mais uma mostra do antipetismo. Um movimento que mais uma vez revelou que seu projeto é a destruição do partido, ainda que para isso se destrua também o governo e que se prejudique a nação.