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Coragem e compromisso: Gerentes que alertaram sobre negócio com Banco Master devem ser protegidos

Coragem e compromisso: Gerentes que alertaram sobre negócio com Banco Master devem ser protegidos

Um investimento previsto para alcançar até R$ 1 bilhão em títulos do Banco Master por parte da Caixa Asset (subsidiária integral do banco) gerou forte repercussão, levantou dúvidas sobre o benefício da operação e colocou em evidência o compromisso de dois gerentes da área.
Isso porque dois gestores com perfil técnico do banco, emitiram um parecer desaconselhando a operação que consideraram “atípica” e “arriscada”.

A operação previa a compra de R$ 500 milhões em letras financeiras pela Caixa Asset, braço de gestão de investimentos da Caixa, e os outros R$ 500 milhões seriam, segundo a imprensa, oferecidos diretamente à Tesouraria da Caixa, totalizando o valor de R$ 1 bilhão.
Após a recusa, os gerentes foram destituídos de seus cargos, o que gerou ainda mais questionamentos sobre a condução da operação. A Caixa ainda não anunciou a investigação das questões apontadas pelos gerentes e nem admitiu a possibilidade de retaliação na dispensa dos funcionários.

Estabilidade, coragem e compromisso

O relatório de 19 páginas elaborado pelos gerentes destituídos alertou para os riscos envolvidos na compra dos títulos do Banco Master. Segundo o documento, revelado pela Coluna da jornalista Malu Gaspar no jornal O Globo, a operação era “atípica” não apenas pelo alto valor (R$ 500 milhões), mas também pela classificação de risco do Banco Master, considerada “média” (BB+) pela Caixa.

A operação causou estranhamento não só aos gerentes, mas à imprensa e aos próprios funcionários da subsidiária. A ação demonstra o forte compromisso dos dois gerentes com o banco e a consciência do papel da Caixa para o Brasil. Esse deve ser o guia para o trabalho de qualquer funcionário que lide com a coisa pública.

Apuração começa por investigação do TCU

Nenhuma ação concreta no sentido de apurar os fatos foi divulgada pela Caixa até agora. Não se tem notícias de investigação interna pelo Conselho de Ética ou pela Corregedoria, diante da repercussão negativa.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) abriu investigação para apurar o caso. A Caixa ainda não se pronunciou oficialmente sobre a ação do órgão, mas ao que tudo indica, ela seguirá.

Entre os funcionários da Caixa, o resultado mais aguardado é a possível recolocação dos colegas em seus cargos, caso comprovada a discordância como motivação da dispensa.

É fundamental garantir o acolhimento e proteção dos empregados do banco que, num ato de coragem e resistência, cumpriram seu papel de agentes públicos ao manifestarem sua opinião técnica a respeito da operação.