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Notícias falsas atingem nível alarmante e ameaçam funcionamento da democracia

Mais uma onda de notícias falsas assola o País comprometendo o correto funcionamento da democracia. Dessa vez, o mote é a tragédia que ocorre neste momento no Rio Grande do Sul, porém, a vítima segue a mesma: a esquerda. A descredibilização das ações do governo na ajuda às vítimas da catástrofe climática no Rio Grande do Sul repete a máquina de “fake news” (mentiras) ligada durante a pandemia de Covid-19 e as eleições de 2022. E garante impactos tão ou talvez mais perversos quanto nos momentos anteriores.

As acusações de inação do governo federal no combate a tragédia ampliam o sentimento de desamparo e desesperança que moradores de 449 cidades gaúchas, que até agora somam 149 mortos e 108 desaparecidos. São 2.131.968 pessoas afetadas pelas enchentes, divididas entre 538.245 desalojadas e 76.580 em abrigos. 

 

Quais mentiras estão sendo contadas agora

 

Institutos, laboratórios e pesquisadores independentes vem levantando as principais fake news espalhadas sobre a ajuda ao Rio Grande do Sul. Entre elas estão: a cobrança de impostos para a entrada de produtos, impedimento à distribuição das doações, número de mortos superior ao real, multas a caminhões que levam insumos ao estado, entre outras. 

Ao contrário do que possa parecer, essas notícias meticulosamente pensadas e espalhadas por hubs de influenciadores e políticos. Sobre os últimos, os deputados Filipe Martins (PL/TO), Coronel Assis (União Brasil/MT), Gilvan da Federal), (PL/ES), Paulo Bilynskyj (PL/SP), Caroline Rodrigues de Toni (PL/SC), Coronel Ulysses (União Brasil/AC) e General Girão (PL/RN), foram denunciados à PGR pela deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL/RS) para investigação. 

Segundo Tânia Maria de Oliveira – advogada, historiadora e pesquisadora – “A narrativa que se quer impor é de que o povo está abandonado pelo Estado e que está resolvendo sozinho como sair da calamidade”. “Nada é inocente ou por acaso. Nessa empreitada estão os interessados em desacreditar os poderes públicos, em especial o governo federal”, concluiu Tânia ao Brasil de Fato.

 

Os problemas que decorrem das fake news

 

Os perigos que as fake news causam são objeto de estudos da pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Thaiane Moreira de Oliveira. Segundo ela, a descredibilização das instituições de ajuda podem gerar sérios riscos, “Se a gente vê um conjunto de desconfianças nas instituições e uma população amedrontada, sem saber em quem confiar e acionar, isso é um problema muito grave para nossa sociedade. A gente sabe que quando uma, um cidadão está assustado, ele pode tomar algumas decisões que não sejam necessariamente racionais”, explicou a pesquisadora à Agência Brasil.

Jessé de Souza, professor universitário e escritor, sintetizou em sua coluna no ICL Notícias: “A estratégia das fake news visa atingir o principal objetivo da extrema direita mundial e nacional, o qual está dirigido a sabotar todos os acordos civilizatórios dos últimos milênios de cultura ocidental. Passamos, enquanto espécie, por vários milênios de aprendizado que nos afastaram da barbárie em favor de um processo civilizatório e de aprendizado moral que muitos imaginavam ser uma conquista irreversível. Estamos vendo que não é.” 

 

O que o governo está fazendo contra as notícias falsas

 

Para combater esse mar de mentiras, o governo federal tem atuado em diversas instâncias. A transparência no contato direto com a população tem sido a tônica da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom). Foi por meio da pasta que o governo lançou o site Brasil contra fake news, em que as notícias falsas são desmentidas.

No mesmo sentido, a Secom junto ao Ministério da Justiça pediram ao Supremo Tribunal Federal uma investigação sobre as fake news que atrapalharam o resgate de vítimas e o trabalho de salvamento de profissionais e voluntários. A Polícia Federal fará a investigação e quem relatará a matéria no STF será a ministra Cármen Lúcia. 

 

Quais as ações do governo contra as enchentes

 

Segundo a deputada federal e presidenta do PT, partido do presidente Lula, Gleisi Hoffmann, “Prevenir e atuar emergencialmente sobre desastres é uma determinação de prioridade política e orçamentária”. 

Uma fala alinhada a destinação do orçamento de mais de R$ 60 bilhões ao estado. O investimento será usado no salvamento às vítimas, na reconstrução das cidades, na atualização da infraestrutura de todo o estado, no atendimento às mulheres e crianças vítimas de violência, na alimentação emergencial, para a agricultura, saúde, aquisição de vacinas, remédios entre diversas outras áreas. 

 

Como combater as fake news

 

Para interromper a disseminação de fake news na internet cidadãos e cidadãs devem evitar repassar notícias sem comprovação. Para tanto, basta checar a notícia em canais oficiais como Brasil contra Fake, ou agências de checagem confiáveis como Fato ou Fake – da Globo -, boatos.org, Aos Fatos, UOL Confere e a LUPA, todos recomendados pelo Conselho NAcional de Justiça.