O Rio Grande do Sul vive uma tragédia sem precedentes por causa da crise climática. Até agora, enchentes devastaram bairros de cerca de 400 cidades, deixando um rastro de destruição e 145 mortes contabilizadas e 2,1 milhões de pessoas atingidas.
Para responder à catástrofe, o governo federal destinou R$ 62 bilhões ao estado. Dinheiro que será investido em alimentação, limpeza e reforma de escolas afetadas pelas enchentes, reconstrução de infraestrutura rodoviária, antecipação de benefícios previdenciários, entre outros.
O que a Caixa fez até agora
Os empregados e empregadas da Caixa fizeram uma enorme força-tarefa para atender os atingidos pela chuva. Conforme apontou um empregado de Muçum, desde setembro centenas de colegas da Caixa de todo o País foram acudir os funcionários das cidades atingidas e prestar atendimento à população.
Até agora, a Caixa colaborou com o pagamento do saque calamidade, antecipação do pagamento de abono salarial, liberação de parcelas extras do seguro-desemprego, antecipação do pagamento do Bolsa Família e Auxílio Gás. Além disso, os empregados têm trabalhado pela pronta liberação do pagamento de seguros habitação, financiamento e empresarial.
Outras iniciativas dentro do Minha Casa Minha Vida e pagamentos de benefícios foram anunciadas hoje no Rio Grande do Sul.
Os projetos do governo para a Caixa
Segundo o governo federal, o papel da Caixa não se esgotará em pouco tempo. Está em estruturação projetos para que os bancos públicos apoiem e financiem a reconstrução da infraestrutura e o reequilíbrio econômico dos atingidos. Segundo a SECOM, serão investidos cerca de R$ 200 milhões para beneficiar estados e municípios.
Além disso, está em curso uma força-tarefa para acelerar a análise de crédito para 14 municípios, e o aporte de R$ 4,5 bilhões para o Fundo Garantidor de Operações. Conforme explica o Ministério, “Isso permitirá concessão de garantias e estímulo ao crédito no total de R$ 30 bilhões para micro e pequenas empresas do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe)”
Mas a Caixa pode mais
Empregadas e empregados, aposentados e da ativa acreditam que a Caixa pode fazer ainda mais pelo estado e pelo País. Conforme apontam, a Caixa possui recursos humanos valiosíssimos que devem ser empregados no planejamento da nova configuração do estado.
Ainda que o número de funcionários na ativa hoje seja insuficiente,devido a retomada e a criação de programas sociais em todo o País, há aposentados que podem, e querem, trabalhar. Entre eles, engenheiros e arquitetos com expertise no financiamento e gerenciamento de construção civil e de infraestrutura.
“A Caixa pode ser usada para planejar as novas cidades. Ainda que as agências estejam cheias e os empregados consumidos por programas como o Minha Casa Minha Vida, PAC e o Pé-de-Meia”, afirma uma aposentada que está no Rio Grande do Sul.
A mesma empregada aponta ainda que a Caixa deve chamar esse enorme contingente de empregados para colaborar nas agências ou mesmo incluir empresas prestadoras de serviços. “É necessário botar mais gente para trabalhar”. Estão deficitários os setores de recepção e análise de documentos e projetos, liberação de financiamentos com agilidade.
Segundo ela, “Com certeza os empregados aposentados da Caixa atenderiam o chamado”. E mais, “Aposentadas e aposentados têm experiência, conhecem a Caixa e podem ajudar a propor soluções nas mudanças de cidades”. O banco poderia ainda estudar uma forma de remuneração desses empregados aposentados.
A Caixa ainda pode somar esforços com universidades, institutos de pesquisa e órgãos do governo para analisar e setorizar os territórios afetados, propondo alternativas diferentes que atendam de maneira eficiente cada um deles.
O futuro é agora
A catástrofe no Rio Grande do Sul expõe o alerta que os cientistas vem fazendo há anos sobre as mudanças climáticas. A Caixa, como gestora do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima deve atuar ativamente para financiar planos contra os desdobramentos da emergência climática.
No mesmo sentido, deve fomentar que cada município desenvolva seus planos e implemente as mudanças necessárias na arquitetura e urbanismo nas cidades para proteger as pessoas. Conceitos como mudança climática, racismo ambiental, migrações e deslocamentos forçados pelo clima, entre outros, saíram das universidades e se traduziram na realidade de milhões. É preciso construir um futuro em que os humanos sobrevivam às mudanças que causaram no clima do planeta.