Em dezembro de 2023 foi sancionada a Lei 14.790, que regulamenta o mercado de apostas no Brasil. Desde então os Bets vêm ocupando uma parcela considerável da mídia tradicional e online e arrebanhando artistas e influenciadores digitais para propagandear seus supostos benefícios. Contudo, especialistas apontam que os jogos online vem trazendo imensos problemas.
Em sua coluna para a Vida Simples, Thiago Godoy – mestre pela FGV-SP com foco em endividamento – alertou: “Esses jogos, envolvidos em marketing multimilionário com celebridades e megainfluenciadores, vão além do entretenimento. Relatos alarmantes destacam pessoas perdendo todo o seu salário, inclusive vendendo bens para apostar”.
Os crimes por trás dos Bets
Porém, os problemas não ocorrem apenas em nível individual ou familiar. Um exemplo disso é o Relatório Final da CPI das Apostas, de autoria do deputado federal Felipe CArreras (PSB/PE) que mostrou um grande esquema de corrupção nos Futebol e recomendou: “O controle do Estado sobre essas atividades, portanto, é fundamental para assegurar a lisura dos jogos, a segurança dos apostadores e correta arrecadação de impostos”.
E ainda há outras preocupações gravíssimas tais como a utilização dos Bets na lavagem de dinheiro do crime organizado e de milícias e a criação de esquemas de pirâmide financeira com a fachada de Bets, entre outros.
Loteria, aposta que vira benefício
A Loteria, por outro lado, tem repercussões diferentes. Grande parte do dinheiro arrecadado e gerido pela Caixa Econômica Federal é revertido não só em prêmios para os ganhadores, mas também em benefícios para a população.
Além da confiabilidade da Caixa, que jamais foi acusada de dar “calote” em apostadores, como já ocorreu com os Bets brasileiros em pouquíssimo tempo de atividade, a Loteria fomenta políticas públicas.
Somente em 2023, a Loteria foram quase R$ 11 bilhões em investimentos para as áreas de Esportes, Seguridade Social, Cultura, Segurança Pública, Saúde e Educação.
Risco de privatização pode deixar Brasil sem as verbas da Loteria
Contudo, esse benefício está em risco. Conforme denunciou o atual representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal, Antônio Messias Rios Bastos, a nova presidência do banco público pretende privatizá-la.
Para tanto, já estuda o deslocamento da gestão da Loteria para uma subsidiária, algo que deve ser debatido e votado na próxima reunião do conselho. Esse, conforme apontam especialistas, é o primeiro passo para uma privatização da área sem a necessidade de passar pelo crivo do Congresso Nacional. Uma posição que mobiliza os empregados, sindicatos, associações e parlamentares contra a medida.