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Balanço Caixa – Gestão de 2023 reverte desmandos e garante PLR maior em 2024

 

Em seu balanço, divulgado no último dia 27, a Caixa Econômica Federal apresentou um lucro líquido contábil de R$ 11,7 bilhões em 2023. Um aumento de 20% sobre o ano anterior.

O resultado positivo, fruto da reorganização da Caixa sob a gestão de Rita Serrano, provavelmente garantirá que a segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultado, o PLR, seja superior àquela paga em setembro do ano passado. Uma excelente notícia para empregadas e empregados, que contribuíram para esse resultado.

Balanço explicado

Carteira de Crédito

A Carteira de Crédito da Caixa foi a principal responsável pela melhora do resultado geral obtido. Ao final de 2023, alcançou o saldo de R$ 1.119,7 bilhões, um aumento de 10,6%. Dentro da Carteira de Crédito, especialistas destacaram a importância da Carteira de Crédito Imobiliário, que representa 65% da primeira e teve uma ampliação de 14,1% no período.

No geral, a Carteira de Crédito é responsável pelo fomento dos setores Imobiliário, Infraestrutura e Agronegócio. Setores que acumulam saldos de financiamento na ordem de R$ 882,1 bilhões, o que representa 78,8% da carteira total, como pode ser visto abaixo:

Ainda que o crescimento da Carteira de Crédito tenha sido inferior ao ano de 2022, 10,6% em 2023 contra 16,7% em 2022, houve uma qualificação do mesmo. Em 2023 houve um pequeno crescimento de 2,9% da Carteira Comercial, que fechou dezembro/2023 com R$ 237,6 bilhões. Houve também o decréscimo de 1,1% na Carteira de Infraestrutura, explicado por uma dificuldade de liquidez enfrentada pela Caixa ao final de 2022 que impactou todo o ano de 2023.

Especialistas afirmam que a falta de liquidez foi decorrente do saldo em Crédito ao Agronegócio, que obteve crescimento de 167,3% em 2022, e que se estabilizou em 2023 com um crescimento de 27,2%.

Existem evidências de que a citada dificuldade de recursos teve contribuição do Programa de Microfinanças e do Consignado do Auxílio Brasil. Dois programas com viés eleitoreiro criados no final de 2022 com vistas a reeleger Bolsonaro. Nas palavras do vice-presidente de finanças e controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano: “o programa de microfinanças tem 80% de inadimplência”, uma pequena mostra da dimensão do prejuízo causado à Caixa pelas gestões do governo Bolsonaro.

Por causa disso, a instituição foi forçada a aumentar o custo de captação de recursos para fazer frente ao volume especulativo de crédito concedido ao final de 2022. o que resultou em impactos negativos em volume e custo totais para 2023.

Da mesma forma, a Caixa foi obrigada a realizar a expansão necessária do Crédito Imobiliário para 2023. Não obstante as adversidades herdadas de 2022, o saldo do Crédito Imobiliário evoluiu 14,1%. O Crédito à Infraestrutura obteve decréscimo de 1,1%; já o Crédito ao Agronegócio que crescera 27,2%, no ano de 2022 evoluiu estratosféricos 167,3%.

Funding

Já em relação ao que lastreia as operações de crédito, o chamado Funding, o que se nota é um aprimoramento na Gestão de Ativos e Passivos. Quando se contrapõe o ano de 2023 ao ano de 2022, é possível observar o crescimento do funding que em 2022 foi de 11,2% e em 2023 alcançou 25,9%.

Especialistas afirmam que qualitativamente a melhora também foi notável. No quadro a seguir é possível notar:

a) Incremento na captação de fundos para Empréstimos e Repasses com variação positiva de 7,8% em 2022 para 13,0% em 2023. O que significa aumento dos repasses do FGTS para habitação popular;

b) Redução do ritmo de perda de saldos da poupança (recurso barato) de 1,2% para 0,7%;

c) Necessidade urgente de captação em Letras de Crédito (crescimento de 97,1% em 2023 contra 241,1% no ano anterior), mesmo que a um custo maior, para aplicação em especial, no Crédito Imobiliário, em face da estagnação da captação em poupança;

d) Reversão da perda de depósito à vista (recurso barato) de decréscimo de 8,1% para crescimento de 14,4%.

Crédito na Caixa vis-à-vis e o Mercado de Crédito em nível nacional

Em dezembro de 2023, a Caixa possuía uma Carteira de Crédito de R$ 1.119,7 bilhões enquanto o Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançava R$ 5.782,5 bilhões. Ou seja, a Caixa contava com uma participação de 19,4% do Mercado de Crédito Nacional contra 18,9% ao final do governo Bolsonaro.

Em síntese, a Caixa cresceu de 6,2% para 22,1% em participação no mercado de crédito no período iniciado em 2003 a meados de 2016. Ressalte-se que no terceiro mandato do presidente Lula está acontecendo uma reversão de cenário, com a retomada de maior participação da Caixa dentro do SFN.

Participação em relação ao PIB

Sob o ponto de vista do PIB, também há uma retomada. Em junho/2016 a participação da CAIXA sobre o PIB era de 11,5%, caiu para 10,0% ao final de 2022 e houve uma recuperação, subindo para 10,3% em dezembro/2023, como mostra o quadro a seguir:

Crédito Imobiliário

Pelo lado do Crédito Imobiliário a mesma situação é recorrente: ao final do Governo Bolsonaro em 2022, a participação da CAIXA no Mercado de Crédito Imobiliário era de 66,0%. Anteriormente, no último ano do governo Dilma, a participação era de 67%.

Após o primeiro ano de gestão do terceiro Governo Lula, no mês de dezembro/2023, houve não só o estancamento da queda, mas a retomada do crescimento do crédito, atingindo 66,8% de participação. Levando em conta os dados referentes ao PIB, verificamos que os governos petistas fizeram saltar a participação da Caixa de 1% para 6,5% do PIB, o que impulsionou o Crédito Imobiliário do Mercado Nacional de 1,5% para 10,0% do PIB.

O Lucro Líquido Recorrente (aquele que exclui eventos de caráter esporádico e não permanente) moveu-se de R$ 9,2 bilhões em dezembro/2022 para R$ 10,6 bilhões em dezembro/2023, marcando também uma retomada.

Após uma queda de 26,2% em 2022; o ano de 2023 foi auspicioso, registrando a marca de 15,5% de crescimento. Resultado ancorado no crescimento de 19,5% na margem de intermediação financeira e no pequeno crescimento de despesas administrativas, apesar da ainda crescente provisão de crédito herdada do ano anterior.

Conclusões

Analistas acreditam que a evolução seria ainda mais vigorosa caso a CAIXA fosse mais efetiva na Gestão de Ativos e Passivos ao final de 2022, especialmente nas concessões de crédito do programa de Microfinanças e Consignado do Auxílio Brasil e ao Crédito concedido de forma exponencial ao Agronegócio.

Portanto, o aumento do custo de captação de funding ocasionado pelo descasamento entre algumas operações do Ativo e do Passivo ocorridos no final de 2022, continuaram a exercer pressões adversas sobre o resultado do banco no ano de 2023.

Por meio do balanço de dezembro de 2023 especialistas acreditam que, em 2023, a gestão iniciada por Rita Serrano trabalhou para o aprimoramento dos mecanismos de Gestão de Ativos e Passivos da Instituição. No mesmo sentido, ao melhorar a qualidade das concessões de crédito e captação de funding, a gestão da Presidenta Rita preparou o banco para expandir os negócios e crescer de modo sustentável em 2024, e já deu os primeiros frutos em 2023.