CAIXA, um bem público na vida das pessoas.

Balanço de Setembro: CAIXA avança na superação do passado e reforça compromisso com sustentabilidade econômico-financeira

Balanço de Setembro: CAIXA avança na superação do passado e reforça compromisso com sustentabilidade econômico-financeira

Gestão da ex-presidenta Rita Serrano marcou um ponto de virada importante na trajetória do banco, com crescimento estável e responsável.

 

A Caixa Econômica Federal registrou lucro líquido recorrente de R$ 7.757 milhões no balanço de setembro de 2023, um crescimento de 8,2% sobre o mesmo período de 2022.

Segundo um analista que prefere não se identificar, para entender como esse resultado foi construído é necessário analisar os principais componentes do balanço.

A carteira de crédito da Caixa alcançou saldo de R$ 1.091,4 bilhões em setembro/2023, uma variação positiva de 7,8% em comparação com dezembro/2022. Conforme ressalta o especialista, 64,9% deste Crédito foi representado pela Carteira de Crédito Imobiliário, que cresceu 11,0% no período.

A dimensão do tamanho da carteira de crédito, especialmente no fomento ao Setor Imobiliário, Infraestrutura e Agronegócio, atingiu o saldo de financiamento da ordem de R$ 860,9 bilhões. O que representa 78,9% da carteira total, conforme quadro a seguir:

 

 

Efetivamente, nos primeiros nove meses de 2023, o saldo da carteira de crédito cresceu 7,8% contra 12,6% do mesmo período em 2022. O analista explica que isso se deve ao decréscimo de 0,2% da Carteira Comercial que fechou setembro/2023 com R$ 230,5 bilhões.

Além disso, pontua o especialista, há sinais de que ao final de 2022 a CAIXA passou por dificuldade de liquidez que impactou todo o ano de 2023. Consequência do volume aplicado em Crédito ao Agronegócio (crescimento de 144,2% nos nove primeiros meses de 2022), Programa de Microfinanças e do Consignado do Auxílio Brasil, “todos com objetivos questionáveis e, por que não dizer eleitoreiros”, analisa. Uma análise que corrobora com a fala do vice-presidente de finanças e controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano. Segundo afirmou Brasiliano, “o programa de microfinanças tem 80% de inadimplência”.

Devido ao cenário deixado pela administração anterior, a instituição se viu obrigada a elevar o custo para a captação de recursos. Isso foi necessário para enfrentar o aumento especulativo do crédito concedido no final de 2022, gerando impactos adversos em termos de volume e custo para o ano de 2023. Apesar desses desafios, o saldo do Crédito Imobiliário continuou a crescer, registrando um aumento de 11%. Isso indica que a CAIXA estava posicionada para desempenhar um papel significativo no combate ao déficit habitacional e de infraestrutura.

Em 2022, a CAIXA optou por direcionar seus esforços para o Crédito ao Agronegócio, que teve um crescimento expressivo de 144,2% nos primeiros nove meses do ano. Esse movimento é mais uma evidência do uso político do banco público em períodos eleitorais.

 

Crescimento e qualidade de funding revelam melhora na gestão

Em relação ao funding, que lastreia as operações de crédito, percebemos uma considerável melhoria na Gestão de Ativos e Passivos, na comparação dos nove primeiros meses de 2023 contra igual período de 2022. Em termos quantitativos, o crescimento do funding que foi de 6,6% em 2022, alcançou 11,9% em 2023. Em termos qualitativos, a melhora foi ainda mais notável, na curta gestão da ex-presidenta Rita Serrano:

  1. Crescimento da captação de fundos para Empréstimos e Repasses com variação positiva de 5,3% nos nove primeiros meses de 2022 para 8,4% em igual período de 2023; o que significa aumento dos repasses do FGTS para habitação popular;
  2. Redução do ritmo de perda de saldos da poupança (recurso barato) passando de perda de saldo de -3,2 para -2,3%;
  3. Redução do crescimento dos saldos de Letras LCA, LCI e LF (recursos caros para Crédito Imobiliário) que antes sustentara um aumento de 100,0% contra 74,9% em 2023;
  4. Redução da perda de deposito à vista (recurso barato) de -17,7% para -6,5%;
  5. Redução do crescimento em captação no Mercado Aberto (recurso caro) de 29,6% para 8,4%.

 

Balanço de Setembro mostra fortalecimento da Caixa no terceiro mandato de Lula

De acordo com as demonstrações contábeis publicadas em setembro de 2023, a Caixa detém uma carteira de crédito de R$ 1.091,4 bilhões enquanto o Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcança R$ 5.586,5 bilhões. Ou seja, a Caixa tem uma participação de 19,5% do Mercado de Crédito contra 18,9% ao final do Governo Bolsonaro. Em síntese, a Caixa cresceu de 6,2% para 22,1% em participação no mercado entre 2003 a meados de 2016. A opção pelo fortalecimento do banco público no terceiro mandato do presidente Lula já apresenta uma reversão de cenário declinante, retomando uma maior participação dentro do SFN.

Situação que se confirma também pela comparação com o PIB: Em junho/2016 a participação da CAIXA sobre o PIB era de 11,5%, caiu para 10,0% ao final de 2022, entretanto subiu para 10,2% em setembro/2023.

 

 

Ao final do Governo Bolsonaro em 2022, a participação da CAIXA no Mercado de Crédito Imobiliário era de 65,7%. No segundo governo Dilma, 67% no último ano. Após nove meses de gestão do terceiro Governo Lula, no mês de setembro/2023, não só estancou a queda como retomou o crescimento do crédito atingindo 68,2% de participação.

Utilizando a comparação com o PIB, ao final do Governo Dilma a CAIXA já detinha uma participação de 6,5% do PIB, ao final do Governo Bolsonaro a participação do Crédito Imobiliário da CAIXA registrou queda, estacionando em 6,4% do PIB. Em apenas nove meses do governo Lula o patamar atingiu 6,7% do PIB.

 

 

O Lucro Líquido Recorrente (o lucro recorrente é aquele que exclui eventos de caráter esporádico e não permanente) saiu de R$ 7.171 milhões em setembro/2022 para R$ 7.757 milhões em setembro/2023. Um acréscimo de 8,2%, ancorado no crescimento de 20,4% na margem de intermediação financeira, apesar do aumento da despesa de provisão de crédito que alçou ao patamar de 34,3%.

 

 

Balanço de Setembro escancara o dano à Caixa ocorrido no final de 2022

 

Entretanto, essa evolução poderia ter sido maior caso a CAIXA fosse mais eficiente na Gestão de Ativos e Passivos ao final de 2022. Isso é especialmente verificado nas concessões de crédito do Programa de Microfinanças, Consignado do Auxílio Brasil e Crédito ao Agronegócio, os quais acarretaram   uma provisão adicional de R$ 4,9 bilhões e o aumento do custo de captação de funding, situação ocasionada pelo descasamento entre algumas operações do Ativo e do Passivo, ocorrido ao final de 2022, fato que continuou exercendo pressões adversas sobre o resultado do banco no ano de 2023.

Por meio do balanço de setembro de 2023 podemos deduzir que nos nove primeiros meses do ano, a gestão de Rita Serrano trabalhou para o aprimoramento dos mecanismos de Gestão de Ativos e Passivos da Instituição Financeira. Resultado alcançado ao melhorar a qualidade das concessões de crédito e captação de funding, além de preparar o banco para expandir os negócios e crescer de modo sustentável em 2024.