Empregados e empregadas seguem apreensivos com o silêncio da Justiça e desconfiança de que os crimes cometidos podem cair no esquecimento
Hoje completa um ano da queda de Pedro Guimarães da direção da Caixa, denunciado por assédio sexual e moral, num episódio que se tornou um dos maiores escândalos recentes do país e na maior crise de imagem da história da empresa. Nesse período, muita coisa mudou para melhor: o Brasil vive um governo democrático e popular, com a volta de Lula; Guedes e sua turma estão fora da gestão da economia do país e a Caixa passa, mesmo que a duras penas, por um árduo processo de reconstrução.
É claro que escapamos, por um triz, da continuidade da uma tragédia de mais quatro anos de uma gestão bolsonarista, bem como evitamos um grave risco para as vítimas que tiveram coragem de denunciar os assédios cometidos pela gestão Pedro Guimarães e seu grupo. Mas, ainda persiste o sentimento de impunidade e apreensão frente ao silêncio da Justiça que, dia após dia, contribui para aumentar a dúvida quanto ao julgamento e punição dos responsáveis. Caso se confirme a impunidade, o sinal que será recebido para a sociedade será o de que assediar moral e sexualmente compensa no Brasil.
Enquanto o tempo passa, Pedro Guimarães já se sente à vontade para atuar como um canhestro influenciador nas redes sociais e, mesmo sem envergadura moral, se atreve a palpitar sobre economia e a situação da Caixa. Pasmem: mesmo após as recentes matérias que escancararam o uso político do banco no Consignado Auxílio e no Microcrédito. Pior do que quem o segue, só mesmo os poucos “inocentes” quem ainda compartilham ou comentam seus conteúdos.
Em matéria publicada ontem, o Metrópoles também repercutiu a data, mostrou a situação do combate ao assédio no país, mas também trouxe o clima de insegurança pelo qual passam as vítimas. O fato é que ainda há um longo caminho a ser trilhado no país para a conquista de relações dignas para os trabalhadores e trabalhadoras, nos mais variados níveis.
Por isso, o Comitê Popular de Luta em Defesa da CAIXA, mais uma vez, se solidariza com as empregadas e empregados e cumpre o seu papel de não permitir que caiam no esquecimento os gravíssimos fatos que atingiram a CAIXA e todo seu corpo funcional. Eles deixaram, até hoje, incalculáveis sequelas em diversos níveis da empresa.
Esperamos que o silêncio do judiciário não seja, na realidade, a comprovação de uma cegueira e sinônimo de impunidade e esquecimento. Por isso, é fundamental cobrarmos o cumprimento da Lei. Queremos Justiça.;
Assediadores não passarão!
Assédio nunca mais!
Leia aqui matéria do Metrópoles: https://www.metropoles.com/colunas/rodrigo-rangel/assedio-na-caixa-um-ano-depois-vitimas-se-veem-entre-o-alivio-e-a-angustia