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Mudanças climáticas já causam tragédias em todo o mundo e podem causar muitas mais

O planeta está mais quente. Conforme os resultados do relatório do Painel Intergovernamental de Mudança Climática – IPCC, em inglês – desde a era pré-industrial, a superfície do planeta já aumentou 1,09ºC. Parece pouco, mas tal aumento de temperatura já modificou o nível do mar, causou o desaparecimento de espécies, causou fortes ondas de migração humana e muito mais ao longo de pouco mais de dois séculos. 

O relatório foi divulgado no último dia 20 de março, e, o principal achado do documento diz respeito ao presente e ao futuro. Fruto de um trabalho de oito anos, com base no trabalho de 782 cientistas de todo o mundo,ele fornece um panorama assustador dos impactos das mudanças climáticas.  

Caso a humanidade não diminua drasticamente a emissão de poluentes hoje, a Terra ficará ainda mais quente no futuro, e isso acontecerá ainda mais rápido do que nos séculos anteriores e com consequências ainda mais nefastas. O documento mostra que a cada 0,5ºC de aumento na temperatura daqui pra frente, maior a frequência e a severidade dos fenômenos climáticos. 

Ou seja, se atualmente já é possível observar e vivenciar o acirramento de ondas de seca, frio e calores extremos, a ocorrência de tornados e furacões, no futuro, se a emissão de poluentes continuar no mesmo ritmo, a situação piorará. Por isso, se não é possível reverter o passado, é urgente prevenir o aumento de temperatura causado pela ação humana no futuro. 

As cidades no contexto do acirramento da mudança climática

Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente, mais da metade da população mundial vive em cidades. E, a tendência é que o adensamento da população em espaços urbanos aumente. Em 2030, a ONU projeta que cerca de 5 bilhões de pessoas viverão em cidades ao redor do mundo. 

 

Com as mudanças climáticas gerando fenômenos naturais cada vez mais extremos, a situação preocupa. Até hoje, as condições climáticas não são o principal guia dos planos diretores aprovados nos municípios, nem no Brasil e nem no mundo. 

 

Isso tende a gerar situações trágicas com cada vez mais vítimas, como a enchente de Petrópolis em fevereiro de 2022, ou as enchentes no Acre que acontecem hoje. Além das vítimas, é possível contabilizar outros prejuízos graves. As ondas de calor e seca destruindo lavouras, por exemplo, aumentam o preço dos alimentos e colocam em risco o abastecimento ao redor do planeta.

 

Porém, o próprio relatório traz nas suas quase oito mil páginas saídas para o futuro das cidades e da humanidade: o urgente financiamento climático para a mitigação dos efeitos das mudanças e para a adaptação de situações em que não é possível diminuí-los. 

 

E, no sentido financeiro traz mais um alerta, se não for garantida a justiça social nos investimentos, haverá um aprofundamento sério na desigualdade. Por isso, pede: precisamos de uma transição justa!