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Banco Central boicota governo Lula de forma aberta e acintosa

Imagem: Ricardo Stuckert

A manutenção da altíssima taxa de juros, 13,75%, pelo Banco Central do Brasil (BC) é uma forma de boicote ao governo Lula, e mais, um boicote ao crescimento do Brasil. Por meio do Comitê de Política Monetária (Copom), Roberto Campos Neto, presidente do BC, ainda ameaça o País sugerindo um aumento da taxa, que já é a maior taxa de juros real do mundo. 

 

O índice, definido pelo BC, representa um freio do crédito ao setor produtivo do país, que gera empregos, desenvolvimento social e econômico para o Brasil. E beneficia apenas ao mercado financeiro, que comemorou a ata da última reunião do Copom no dia 27/03, com um aumento de 1,52% na Ibovespa no dia seguinte. 

 

Porém, a decisão de manter 7,38% de juro real, é um tiro que pode sair pela culatra. O refreamento à economia que o aumento da taxa de juros causa, pode prejudicar até mesmo o mercado financeiro. Nos EUA, por exemplo, o aumento da taxa básica de juros para 4,75% acarretou na quebra de um importante banco nos EUA, SVB, ligado às empresas de tecnologia do Vale do Silício. 

 

Junto com o SVB, outros grandes bancos em diferentes países começaram a anunciar que sua saúde fiscal não andava bem. Signature Bank nos EUA, Credit Suisse na Suíça, Deutsche Bank na Alemanha. E a lista pode seguir crescendo com o passar do tempo. 

 

Para cuidar dos bancos, e do próprio sistema financeiro dos países, os governos vem salvando as instituições ao custo de milhões e bilhões de dólares. Somente nos EUA, o Federal Reserve fez empréstimos de US$ 300 bilhões para bancos com problemas financeiros.  Já a Suíça deve disponibilizar mais de US$ 280 bilhões para os bancos Credit Suisse e UBS, com a finalidade de proteger o país de uma eventual turbulência no mercado global. As informações são da agência de notícias Reuters,  publicadas pelo Poder 360. O site ainda informa que este valor equivale a 1/3 de todo o PIB (Produto Interno Bruto) do país, que é de US$ 831,9 bilhões.

 

Algo que já começa a ser questionado pela população, sobretudo a mais pobre que vive sob governos que implementaram a austeridade econômica ao longo dos anos, e se questionam sobre esta transferência de recursos públicos para um grupo seleto de ultra ricos.

 

Em sua carta aos banqueiros publicada pelo UOL, Jamil Chade questionou: “..sabe qual foi resultado da crise financeira, do resgate dos governos e da explosão da dívida? O desmonte de parte do estado de bem-estar social, a descrença na classe política, a dúvida sobre a capacidade de a democracia dar respostas e a explosão da extrema direita, charlatães e populistas”.

 

Mais uma vez os liberais mostram que desejam manter os lucros privados, mas querem que os prejuízos sejam socializados, um modelo que expõe hipocrisia e mais: pode romper o já esgarçado tecido social.