CAIXA, um bem público na vida das pessoas.

Balanço da CAIXA: resultados da gestão Bolsonaro continuam a deixar estragos

O balanço da CAIXA de 2022, apresentado no último dia 21 à imprensa, mostrou uma queda de 43,4% em relação ao faturamento do ano anterior, em 2021. Durante a coletiva de imprensa realizada em São Paulo,  a presidenta Rita Serrano destacou que nos últimos três anos quase 50% do resultado da CAIXA veio da venda de ativos do banco, o que garantiu resultados fora da realidade.

Esta situação já vinha sendo denunciada pelo Comitê de Lutas em Defesa da Caixa, conforme estudos do Dieese.

A perspectiva de “calote” de mais de R$ 500 milhões das Americanas, a venda de ativos rentáveis e de áreas estratégicas do banco desde 2019, o escândalo ocasionado pelos casos de assédio e da gestão pelo medo cometidos pelo ex-presidente Pedro Guimarães e,  também, o uso da máquina eleitoral – e  consequentemente do banco público – por Bolsonaro para tentar a reeleição, mostram o estado de coisas a que a instituição foi submetida no último período. Uma estratégia friamente calculada para “estourar” após as eleições de 2022.

Embora a lucratividade do banco público não seja a única evidência de uma boa administração, já que a função da CAIXA  não é exclusivamente gerar dividendos mas sim atender ao povo brasileiro, promover a cidadania e induzir o desenvolvimento econômico do Brasil, ela é um indício forte de que algo não vai bem. Ou melhor, não foi bem nos últimos anos. 

A  Caixa na gestão passada  foi tornada  apenas mais um banco a serviço da concentração de renda.Um banco público precisa estar a serviço de quem mais precisa para a construção de um desenvolvimento endógeno. Precisa estar a serviço das políticas para a população de menor poder aquisitivo para que as pessoas possam construir  suas vidas com dignidade.

O  golpe de 2016  com suas farsas produziu  a lei das estatais, aquela que impede e penaliza gestores que concedam políticas e serviços  com juros menores, mesmo com lucro e retorno precificado,  impede  que ela seja um instrumento de política pública para a redução da taxa de juros.  Os três instrumentos poderosos  construídos pelo capital   para o dreno da renda da maioria para os bolsos dos super ricos: a reforma trabalhista, a lei das estatais e a  independência do Banco Central do Brasil.  Ontem no programa o é da Coisa, Reinaldo Azevedo alertava,  os absurdos da Lei das Estatais,  exemplificando  como  que um servidor das forças armadas poderia assumir a direção de uma empresa privada fornecedora de equipamentos que serão comprados  pelo estado? E isto passa ao largo. O que justifica  que um dirigente de um banco privado possa assumir de imediato uma diretoria do tal Banco Central Independente do Brasil?. 

O sucesso da caixa como um banco público forte e desenvolvimentista dependerá muito  da nossa  disposição  para a  disputa de projetos,  para a construção de um banco público forte a serviço do país e sua população e que viremos a página, sem contudo esquecer, dessa época sombria e suas lições.