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Quebradeira de bancos no exterior expõe hipocrisia do mercado em relação à taxa de juros

Joseph Stiglitz, afirma que taxa de juros no Brasil, é sobreviver a uma pena de morte.

“Muitas vezes, a única coisa que não incomoda ninguém do lado do sistema financeiro, do lado dos ricos, é o pagamento da taxa de juros”, vaticinou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 16 de fevereiro deste ano. A crítica do presidente à opinião predominante na imprensa, ligada ao mercado financeiro, foi rechaçada à época pelos “especialistas” que defendem o mais selvagem liberalismo.

Mas, menos de um mês depois, a mesma imprensa e o mesmo mercado financeiro mudaram de ideia. Isso ocorreu depois da quebra do Silicon Valley Bank (SVB), instituição bancária de 40 anos que ocupava a posição de 16º maior banco dos EUA com US$ 190 bilhões em depósitos. “Casa” do capital de risco das empresas de inovação do Vale do Silício, sujeita a uma regulamentação bancária menor do que a tradicional e com grande parte do seu próprio capital investido em títulos públicos dos EUA.

A explicação da derrocada, entre outras coisas, é a de que o SVB não “suportou” o aumento da taxa de juros do país, lidou mal com a desvalorização de seus títulos, e foi “vítima” de uma corrida dos seus correntistas para sacar o próprio dinheiro.

Em que pese a desregulação do sistema financeiro dos EUA, o banco quebrou principalmente por causa da taxa de juros. Atualmente, a taxa básica de juros dos EUA está em 4,75% ao ano. Enquanto isso, o índice definido pelo Banco Central do Brasil bateu 13,75%. Números bastante semelhantes aos do início do ano, quando Lula reclamou dos números definidos pelo BC.

Outras instituições bancárias dos EUA e da Europa parecem estar seguindo o mesmo caminho do SVB. Com promessas dos seus respectivos países de salvarem as instituições, e seus ricos clientes.

Com a autonomia do BC do Brasil, Lula e sua equipe econômica  perderam os instrumentos que qualquer país tem  para tentar baixar a taxa básica de juros:  a economia até cresce,  mas o Banco Central Independente do  Brasil  eleva a taxa de juros que consome esta arrecadação, via dívida pública, de qualquer aumento de caixa que o país venha a ter.  Foi este o motivo do golpe. Com a lei do teto de gastos, qualquer acréscimo de arrecadação vai pros juros da dívida pública, isto é, para o Sistema Financeiro.

Ontem, o BNDES realizou um Seminário sobre as perspectivas de desenvolvimento do país. Joseph Stiglitz Prêmio Nobel da Economia participou e afirmou que esta taxa de juros matará o país. Nas palavras do economista: “ O Brasil vem sobrevivendo a uma “pena de morte” referindo-se à alta taxa de juros praticada. No mesmo sentido, o Presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, classifica  as altas taxas de juros brasileiras de pornográficas, e ressalta que elas impedem o nosso desenvolvimento industrial.

O sistema, com o golpe, engendrou bem os drenos para que a riqueza do país caia sempre nas mãos do pequeno grupo dos super ricos.  Assim veio a reforma trabalhista com a retirada de direitos, e a controversa lei das estatais que  deixa refém os dirigentes das instituições públicas financeiras, pois ficam atreladas às ações do Banco Central Independente do Brasil.

Ou mudamos este modelo, ou os super ricos continuam extraindo a riqueza apenas para seus bolsos.