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Participação de Lula vai além do Clima na COP27

Presidente eleito discursa sobre desenvolvimento sustentável, tecnologia, geração de empregos,

povos originários e combate à fome

Da Redação

Sob os gritos de “O Brasil voltou”, o Presidente Lula discursou na COP27, no último dia 16, no Egito. O pronunciamento de Lula marca o retorno do Brasil ao cenário mundial do debate climático e, mais do que isso, a volta do maior país da América do Sul ao contexto das discussões geopolíticas em diferentes temáticas.

Ao contrário da retórica negacionista dos últimos 4 anos, Lula posicionou o Brasil como um país em defesa do desenvolvimento sustentável, do equilíbrio de forças internacionais e a favor das parcerias regionais, sem perder de vista a luta mundial contra a miséria.

“Quero dizer que o Brasil está de volta. Para cooperar outra vez com os países mais pobres, sobretudo da África, com investimentos e transferência de tecnologia. Para estreitar novamente relações com nossos irmãos latino-americanos e caribenhos, e construir junto com eles um futuro melhor para nossos povos”, disse o presidente eleito.

Protagonismo na defesa do Meio Ambiente

Com a intenção de sediar a 30° edição da COP na Amazônia em 2025, Lula disse que quer zerar o desmatamento nos biomas brasileiros até 2030. Novamente, o presidente eleito reiterou que há caminho de desenvolvimento econômico a partir de práticas sustentáveis de preservação do meio ambiente. “Vamos provar mais uma vez que é possível gerar riqueza sem provocar mais mudança climática. Faremos isso explorando com responsabilidade a extraordinária biodiversidade da Amazônia, para a produção de medicamentos e cosméticos, entre outros”, disse Lula.

Além disso, Lula buscou trazer o debate do meio ambiente alinhado ao posicionamento de política internacional do Brasil para os próximos anos. Nesse sentido, durante o discurso, o presidente eleito também anunciou o desejo de realizar a Cúpula dos Países Membros do Tratado de Cooperação Amazônica, com a inclusão de Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela nos planos de proteção da Amazônia.

Ainda nesse tema, Lula ponderou sobre uma questão importante no acordo de desenvolvimento sustentável do planeta: o papel dos países ricos no combate à mudança climática. Com olhar voltado especialmente para os países africanos, que vem sofrendo efeitos climáticos extremos, Lula cobrou: “os acordos já finalizados têm que sair do papel.”

A fala do presidente eleito é importante para democratizar o debate a cerca das mudanças climáticas e, principalmente, responsabilizar países com relevantes taxas de emissão de gases do efeito estufa. “É preciso tornar disponíveis recursos para que os países em desenvolvimento, em especial os mais pobres, possam enfrentar as consequências de um problema criado em grande medida pelos países mais ricos, mas que atinge de maneira desproporcional os mais vulneráveis.”, disse Lula.

Geração de Emprego e criação de indústria verde

A participação de Lula na COP27 foi endereçada principalmente na relação entre a situação socioeconômica do mundo e a respectiva preservação do meio ambiente. Para isso, portanto, o presidente eleito apostou no discurso da geração de empregos a partir de indústrias menos degenerativas e na exploração da transição energética, que aponta para fontes de energias como eólica, solar, hidrogênio verde e biocombustíveis.

Nesse sentido, Lula apontou que é preciso “gerar empregos em indústrias menos poluentes na cadeia industrial da reciclagem, que melhora o aproveitamento das matérias primas, e no saneamento básico, que protege a nossa saúde e nossos rios, cuidando da água, elemento indispensável para a vida.”

Sem esquecer de um dos principais motores da economia nacional, Lula fez também um aceno ao agronegócio brasileiro, indicando que deve olhar para o setor com compromisso de manter a rentabilidade e incluir novas tecnologias, respeitando o espaço dos povos originários.

“Estou certo de que o agronegócio brasileiro será um aliado estratégico do nosso governo na busca por uma agricultura regenerativa e sustentável, com investimento em ciência, tecnologia e educação no campo, valorizando os conhecimentos dos povos originários e comunidades locais”, disse o presidente eleito.

Muito além do clima, Brasil vocaliza o desenvolvimento responsável

A participação de Lula na COP27 estabelece como vitrine para o mundo, o pensamento plural do governo para os próximos anos. Extrapolando o debate climático, o presidente eleito passeou por temas como combate à fome, preservação das comunidades locais e povos originários, além de sugerir que o equilíbrio econômico entre os países do mundo é também espelho para um equilíbrio ambiental.

O Brasil retorna ao cenário mundial de cara nova, bem diferente do espectro conspiracionista e autoritário que marcou gestões como a de Trump e Bolsonaro. Agora, o caminho sinalizado é o da colaboração, da responsabilidade e do desenvolvimento social e ambiental com respeito ao planeta e à dignidade do ser humano.