CAIXA, um bem público na vida das pessoas.

O faz de conta da GDP e a falácia da meritocracia na CAIXA

Da redação

Avaliação de mentirinha da gestão Bolsonaro é feita aos atropelos

 

O ano tem 12 meses, mas a avaliação de desempenho do empregado da CAIXA é realizada apenas em 2 meses. O mês de outubro veio com uma obrigação para todo empregado da CAIXA: pelo menos 3 objetivos SMART para ser posto em produção em dois meses.

Em um cenário de assédios[i], revelado a toda sociedade, o visível desânimo, os afastamentos por doenças[ii], a sensação de desprezo, um novo tipo de assédio, no qual o sujeito é posto de lado, quer seja pela sua condição humana, quer seja pela capacidade de trabalho, cognição e intelectualidade, e diversas queixas inéditas sobre uma ”meritocracia” que talvez revele a sua religião, a sua posição política, ou mesmo a cor da roupa que usa, outubro finda com o GDP – Gestão de Desempenho de Pessoas. Tudo isso nos leva a crer que de seres humanos e de pessoas essa turma não entende mesmo, ou talvez não estejam interessados no sujeito, aquele que é capaz de pensar, que é capaz de ideias.

O processo de avaliação o Desempenho de Pessoas atual se restringe a dispor cada empregado em uma posição de um quadrante do plano cartesiano, numa visão matemática do sujeito, que se afasta da condição humana.

Busca-se que o empregado, que não é gestor de unidade, realize ao menos três objetivos “SMART” em prol da instituição, além do que lhe é imposto pelo cargo ou função. A avaliação do feito é realizada pelo gestor imediato e pares/equipes, a qual é subjetiva, tendo em vista que, a princípio, somente o próprio empregado e o gestor imediato conhecem os objetivos. Naturalmente, essa ação de avaliar o empregado, pelo próprio cronograma, dois meses de um ano, são suficientes para que o resultado seja uma tragédia.

A avaliação tem como objetivo ranquear o “sujeito” na unidade, que depende da sua efetiva inclusão no grupo, do respeito a sua capacidade de trabalho, das oportunidades dentro do contexto, e que são fatores que são postos pelo gestor da unidade, em atos discricionários, nem sempre guarnecidos de conveniência e oportunidade. Resumindo: há um projeto de valorização de alguns dentro do grupo.

Essa estrutura revela os guetos internos, e desbancam a teoria da meritocracia, pois, calam vozes, deletam talentos, ignoram pessoas, já que se trata de um sistema que homologa desejos individuais, projetos de poder, e que fragilizam a instituição no que tange a sua capacidade de pensar e de criar.

E partir dessa avaliação, o empregado pode ou não receber “uma promoção por merecimento” e ter um poder de barganha para “ascender”, ou mesmo “descender” na escala de funções da instituição, em um processo “meritocrático”.

A palavra Meritocracia é a junção de “mereo” (ser digno, ser merecedor) e “kratos” (poder, força) e expressa, na linguagem comum, o alcance do poder por meio do merecimento.

Mas, todos tiveram a mesma condição para o merecimento? Não!

Logo a meritocracia é uma falácia, que serve sim para homologar, dentro do sistema, uma política que favorece alguns em detrimento de outros.

Por outro lado, a avaliação do gestor da unidade e do gestor imediato não computa o que se refere a pessoas na sua plenitude, e nesse sentido ele não é conduzido a tratar humanos como humanos, e as pessoas foram reduzidas a coisas, ferramentas para alcançar e manter o poder. Corpos dóceis submetidos a todas as formas de abusos, enfraquecidas pelo medo, pela submissão, pela obrigação de manter as suas famílias alimentadas.

Estamos diante de tempos estranhos, desumanos!

É preciso ter coragem para mudar esse estado de coisas, e nossa única oportunidade é dia 30 de outubro!

 

[i] https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/wp-content/uploads/sites/41/2022/09/acpciv-00008228620225100010-1grau_290920222645.pdf

https://conecta-tcu.apps.tcu.gov.br/tvp/71346587

Processo de Investigação Criminal PIC 1.16.000.002481/2022-96 – MPF, número obtido por meio do Portal da Transparência

 

[ii] Conforme o levantamento da FENAE, em 2021, 42% dos empregados afirmaram ter problemas de saúde associados à atividade que desempenham na Caixa. Destes, 75% estão relacionados à saúde mental. Os dados revelaram que dos afastamentos por licença médica, 33% foram por depressão, 26% por ansiedade, 13% pela síndrome de Burnout e 11% por síndrome do pânico.

FENAE, F. N. (18/08/2022). DEFESA DOS EMPREGADOS – FENAE ENTREGA À PRESIDENTE DA CAIXA PESQUISA SOBRE ADOECIMENTO DOS EMPREGADOS. Fonte: Portal FENAE: https://www.fenae.org.br/portal/fenae-portal/presidente-da-fenae-entrega-a-presidente-da-caixa-pesquisa-que-aponta-adoecimento-mental-dos-empregados-do-banco.htm