CAIXA, um bem público na vida das pessoas.

Um “desabafo” e um convite fraterno à reflexão para os colegas da CAIXA

Importar-se com os outros, além de generosidade, é também garantir suporte às gerações futuras

 

*Por Roseli de Moraes

Um amigo sempre me dizia: vocês bancários são uma elite burguesa! Isso muito me irritava. Sim, eu, uma pessoa com olhar coletivo, que trazia nas veias aquele gosto pela busca incansável pelos direitos coletivos, me incomodava com aquela observação.

A aposentadoria bem que me trouxe um olhar mais reflexivo, mas é claro: ainda sinto aquele orgulho de CAIXA 100% pública. Plano de saúde, ticket, previdência complementar. Uma “regalia” de poder fazer viagem interessante vez ou outra anualmente.

E penso nesta CAIXA, a empresa mãe do pagamento do Bolsa Família, do seguro-desemprego, da habitação popular, do saneamento e do FIES – aquela CAIXA com sua história da poupança depositadas pelos escravos para o pagamento de sua alforria.

Então, você colega, sabe o que o governo fascista fará por você e por esta empresa pública, se reeleito? Você que defende a privatização da CAIXA, já refletiu a respeito? Tem certeza de que, no jogo da “meritocracia” você está incluído?

O fascismo amigo e amiga, é contrário à ideia de humanidade: sua prática adoece, hoje na caixa mesmo se você cumprir as metas e ficar em último lugar você é descartado. O fascismo, trabalha com a política de eliminação e ódio à ideia de pluralidade e diversidade social.

A inclusão do negro, do índio, da pessoa com deficiência, bem como as várias formas de relacionamento homoafetivo e o respeito a toda diversidade dos empregados CAIXA, é um avanço fundamental da humanidade e isto foi implementado na gestão PT, de 2003 a 2016.

Ser contrário a estes avanços e ao respeito ao seu próximo, é estar diante da política intrínseca do fascismo, a política do governo atual, que cria a dimensão de adoração ao bizarro, trata da rejeição da estética da igualdade, na defesa do tradicionalismo. Uma hipocrisia bizarra. Que tradicionalismo é esse?

A estética do fascismo é a expressão do esforço para fazer retroceder a história, um “voltar para trás”. Este retrocesso inclui não só direitos do amigo “diferente de nós”, mas um voltar para trás nos nossos direitos.

Sim, tirar direitos, desmonte e desqualificação da empresa tem um objetivo certo: privatizar e doar o patrimônio público construido pela sociedade para alguns amigos.

O bolsonarismo se caracteriza pelo esforço de garantir privilégios para os mais ricos. Sabendo disso, onde você se coloca na escala da pirâmide?

Prezado colega, não podemos mais ser condescendentes com novos episódios de morte de corpos e mentes no ambiente de trabalho. Não podemos mais normalizar assédios, doenças ocupacionais em grande escala, que, não raro, terminam em suicídios. Não podemos normalizar, nem aceitar mais sermos governados por quem tem relação com milícias, com incentivo a violência e porte de arma.

Tem uma famosa música de Belchior que nos alerta …“Por isso, cuidado, meu bem/Há perigo na esquina.”

A VIDA DAS PESSOAS IMPORTA, e importar-se com os outros, não é apenas generosidade, é também garantir suporte às gerações futuras.

Sim, o perigo está em todos os lados, ou você acha que a meritocracia te abstém das crueldades do sistema fascista? Ficar doente, engravidar, ou até mesmo as doenças ocupacionais as quais você também corre risco, a exemplo da depressão. Sabemos que essa é uma realidade.

Então, de posse de tudo isso, te faço um convite fraterno, de irmão na CAIXA: vamos refletir em quem votar dia 30/10?

 

*Roseli de Moraes, é empregada da CAIXA aposentada