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Vote em Lula e evite a volta de Pedro Guimarães

Se Bolsonaro for reeleito o desmando e o assédio devem ser ampliados com a volta de ex-presidente

 

Já corre, há uma semana nos corredores da Caixa, que a reeleição de Bolsonaro terá como consequência o retorno de Pedro Guimarães para a presidência do banco, que voltaria com “sangue nos olhos”. A notícia é triste, mas a possibilidade é real. Pode até ser que o nome seja outro, que PG ocupe outro cargo (mas com influência no banco), ou até que o gênero mude; mas a forma de administrar tende ser a mesma. Isso por uma razão simples: o dono da loja é quem define o padrão de atendimento do balconista e de conduta do (da) gerente.

A prova de que Guimarães prepara vingança e que confia no seu retorno, em breve, é o fato de que informações de bastidores dão conta de que ele irá processar as empregadas que fizeram as denúncias de assédio sexual e moral e que culminaram na sua saída pela porta dos fundos e nas denúncias do Ministério Público. Alguém duvida que, com uma vitória de Bolsonaro e o apoio dos congressistas conservadores eleitos, o plano pode ter êxito?

Ainda que nos últimos meses as ações de ameaça tenham sido atenuadas e um clima de aparente normalidade tenha se instaurado, todos as empregadas e os empregados da Caixa sabem o que acontecerá numa eventual renovação do mandato. Ninguém muda por vontade própria, especialmente se tiver a aprovação dos verdadeiros patrões.

Ginástica laboral, massagem antiestresse, espaço para atender determinado gênero, respeito à diversidade e discurso ensaiado para período eleitoral não apagam as perseguições, ameaças, destituições e palavrões proferidos em três anos e meio de gestão. Critérios fake para promoção, prioridade para amigos e parceiros de comportamentos perversos, favorecimento, promoção pessoal e coisas do gênero não mudarão se o povo homologar os abusos.

O fatiamento e a venda da Caixa seguirão o plano original, deixando o banco cada vez menos sustentável e pronto para ser dado de presente aos amigos do setor financeiro. O Banco Digital, enfim será vendido, causando um risco irreparável para a empresa. Loterias, FGTS, Penhor, Poupança e Habitação são como frangos gordos que deixam salivando a turma da Faria Lima. A chamada “meritocracia” seguirá sendo posta à prova, já que a opinião política dos candidatos sempre pesa mais que o currículo, até mesmo em cargos técnicos.

Respeito deve ser sempre a pedra angular das relações entre os dirigentes e demais empregados. O trem que o Brasil tomou em 2018 diminuiu a Caixa, reduziu postos de trabalho, diminuiu salários e marginalizou milhares de empregados. Repetir a jornada não levará a uma estação diferente. Apenas agravará o que já está ruim.

Nós empregados, empregadas, aposentadas, aposentados da Caixa e cidadãos que defendem o banco, precisamos pensar muito bem ao depositar nosso voto no segundo turno. O que está em jogo é a nossa saúde mental, a melhoria das nossas condições de trabalho e a nossa relação com nossos familiares, visto que já conhecemos o perfil vingativo de Bolsonaro e o nível de amizade que ele tem com o Pedro Guimarães. Assim não é ilusório imaginar que ele pode sim retornar ao comando da Caixa ou até mesmo em cargo superior deixando aqui apenas um (uma) papagaio de pirata para cumprir suas ordens.

Desnecessário dizer, como colegas e irmãos da família Caixa, que precisamos pensar no risco que correm as vítimas que foram assediadas e tiveram a coragem de denunciar. E que esperam pela punição do Guimarães e demais envolvidos, situação que pode ficar em suspensão pela interferência do atual governo a exemplo dos sigilos e impunidades que já estamos assistindo.

Por isso nosso voto em Lula também é um ato de proteção e acolhimento aos nossos colegas. Não podemos desistir de lutar por uma mudança radical agora, já sabendo que o passado com as gestões de Lula foi muito melhor. É momento, de além de votarmos novamente em Lula, buscarmos o voto daquele colega ou daquele familiar que está indeciso ou que ainda tem dúvidas de que ele é a melhor opção para a Caixa.