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Assédio na Caixa: “É importante não deixar cair no esquecimento e cobrar o resultado das apurações”, alerta Takemoto

Do Portal Reconta aí

 

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados se reuniu ontem (21) para discutir assédio moral no mundo do trabalho. A audiência pública foi requerida e presidida pela deputada Erika Kokay.

As denúncias de assédio sexual e moral na Caixa foram abordadas na audiência pública. O presidente da Federação dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, alertou que a prática de assédio moral é uma política do governo Bolsonaro que tem como objetivo acabar com a resistência dos trabalhadores. Takemoto relembrou dados de pesquisas realizadas pela Fenae com os empregados da Caixa. Segundo ele, na última pesquisa, onde mais de 3 mil pessoas foram ouvidas, 56% relataram já ter sofrido assédio no Banco Público. “Ou seja, de cada 10 pessoas, 6 sofreram com a questão do assédio da sede moral na Caixa”, disse.

A representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, também participou da discussão e ressaltou a questão do assédio durante a gestão de Pedro Guimarães. Serrano agradeceu as empregadas do Banco Público que levaram as denúncias a público. “Tornar público as denúncias de assédio sexual faz com que a sociedade os órgãos de justiça se debrucem sobre os casos de forma evitar que isso se repita”, acrescentou. Takemoto lembrou ainda que já se completam 90 dias desde que saíram as primeiras denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães. “É importante a gente não deixar cair no esquecimento e continuar cobrando o resultado das apurações. E, principalmente, a punição para que não ocorra nunca mais, em nenhum lugar, e que nenhuma mulher seja vítima desses abusos”, frisou o presidente da Fenae.

Erika Kokay defendeu a necessidade de ambientes de trabalho decente, sem opressão. “As pessoas não têm que ir ao trabalho como se tivessem indo para um abatedouro. O gênero feminino é como se houvesse a repetição de que mulheres são propriedades dos seus patrões ou dos seus empregadores. É preciso que nós tenhamos muita firmeza e também estabeleçamos condições específicas para o assédio sexual”, defendeu.

A deputada destacou ainda as dificuldades que passam as mulheres que enfrentam duplas e até triplas jornadas de trabalho e ainda sofrem com assédio sexual e moral no trabalho. “Todo esse sofrimento vai se expressar no corpo, vai se expressar no nível de adoecimento”, disse.