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O pum do palhaço que não cheira bem

Da Redação

O desgoverno Bozo que ocupou o Palácio do Planalto não é mais novidade para ninguém. O apelido do palhaço ao presidente ofende ao personagem circense que habitou a infância dos brasileiros nascidos na década de 80.

Essa referência cultural é um bom começo para fazer um balanço da gestão a cultura no governo bolsonarista. Talvez um dos maiores desmontes de políticas públicas, ao lado de meio ambiente e causas indígenas.

A importância deste setor para o governo foi traduzida como o pum do palhaço, como disse Regina Duarte, atriz renomada do país, que ao assumir o cargo mais importante para cultura no governo após um fantoche fascista ser exonerado, disse que “ aquele pum produzido com talco espirrando do traseiro do palhaço…Fazendo a risadaria feliz da criançada? Cultura é assim, é feita de palhaçada!”…

Palhaçada é cultura, mas cultura não é palhaçada, relembremos à ex-namoradinha do Brasil. E as trapalhadas desse governo no setor causaram mais choro que alegria num país que já não tem políticas culturais como prioridade. No primeiro dia na presidência, a Cultura já sofreu um duro golpe: a reforma administrativa extinguiu o Ministério para área, rebaixando a matéria como secretaria do Ministério da Cidadania.

Ainda no primeiro ano da atual gestão, o então ministro da Cidadania, Osmar Terra, suspendeu um edital lançado para selecionar séries temáticas para emissoras públicas de televisão. A suspensão ocorreu logo depois de o presidente Jair Bolsonaro ter criticado projetos da temática LGBT que estavam pré-selecionados pelo edital. Este ato ainda é objeto de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal contra o ex-ministro.

No fim de 2019, talvez tenha ocorrido o episódio mais icônico do desmantelo com a cultura. Um pronunciamento do então Secretário Especial de Cultura, Roberto Alvim, que resultou em sua exoneração antes de completar três meses no cargo. Alvim reproduziu parte de discurso de Joseph Goebbels proferido em 1933 para a classe teatral da Alemanha., ministro da Propaganda na Alemanha nazista, ao lançar o Prêmio Nacional das Artes. Disse que “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa […] ou então não será nada”.

Além de plagiar o texto, o próprio cenário criado remontava ao cenário utilizado por Goebbels. A falta de criatividade do titular da Cultura ou o excesso de franqueza com a referência para criação do discurso resultou no fim da sua curta gestão.

Sucedido por Regina Duarte, marcada pela flatulência circense já mencionada, a Cultura sofre uma paralisação. Nos meses à frente da Secretaria, a atriz atuou como nunca, já que não fez nenhuma ação real nos meses que esteve em Brasília, deixando o setor paralisado. Não fez falta.

Depois dela, assumiu o também ator Mário Frias, que frequentemente ia trabalhar armado na Secretaria e desrespeitava os servidores. Em seu comando, um dos setores mais impactados pela pandemia de Covid não foi apoiado.

Ao contrário, editou portaria que reduziu o limite do cachê que pode ser pago por apresentação a artistas que se apresentarem de maneira solo e o limite de valor que pode ser captado pelas empresas, restringindo a possibilidade de patrocínio aos projetos culturais e os valores que os artistas poderiam receber com o mecanismo legal.

Antes, seguindo a tese negacionista apoiada pelo governo em relação à Covid-19, já havia proibido aos organizadores de eventos realizados com apoio do governo federal que exigissem passaporte sanitário para a execução ou participação das atividades.

Em quatro anos, a cultura foi aviltada. As políticas tiveram retrocesso com redução de recursos aplicados no setor em um cenário de paralisação de grande parte das atividades em razão do isolamento causado pela Covid. O circo pegou fogo; o palhaço deu sinal. Mas não houve acode a bandeira nacional.

Logo se viu que o patriota não gosta da sua cultura. Artistas e povos tradicionais foram resistência nestes últimos anos mas precisam de um governo que os vejam como geradores de emprego e renda, como qualquer atividade econômica. Eles apoiam, em sua grande maioria, um governo progressista e plural, que defenda as mais diversas formas de expressão e às apoie com mecanismos de financiamento efetivos e justos. A eleição de Lula é quem melhor expressa esse anseio.

O artista não tolera censura. Está chegando hora do palhaço voltar a sorrir.