Da Redação
Ditado dos corredores da Matriz: “a Caixa é redonda”. Esse princípio da “astronomia economiária” é utilizado como explicação quase universal pelos empregados não só para explicar a arquitetura singular do prédio como para mencionar as reviravoltas que ocorrem na empresa. Nada mais adequado – e com grande conexão com a verdade – para resumir os últimos fenômenos da natureza envolvendo a instituição e seus gestores.
E como o mundo, às vezes não gira, capota, caiu ontem mais uma falácia da gestão neoliberal de Bolsonaro e Pedro Guimarães: a queda do lucro recorrente nesse trimestre e semestre, de 27% e 59%, respectivamente. Como o resultado do ano passado foi garantido com a venda de ativos da Caixa Seguridade e do Banco Pan, sem eles, os números despencaram.
Está aí a prova inequívoca de que a Caixa sofreu, na gestão Pedro Guimarães/Governo Bolsonaro, uma estratégia de ataque e de enfraquecimento de suas operações. A continuar assim, o prognóstico para os próximos anos é sabidamente pessimista e teremos a comprovação de que o projeto do governo Bolsonaro/Paulo Guedes para o banco está longe de focar na sua sustentabilidade e sim na sua dilapidação. Como na parábola da galinha dos ovos de ouro, o foco é tirar tudo o que puder com o uso político da Caixa e a geração de lucros momentâneos que camuflaram uma péssima gestão, o que compromete o futuro dessa empresa de 161 anos.
É uma pena que no balanço não conste o prejuízo para o capital humano do banco, com adoecimento dos empregados por meio do crime de assédio sexual e institucional promovido pela gestão Guimarães, uma das marcas do governo Bolsonaro. Não constam as mortes por COVID e outras causas ligadas ao trabalho. No balanço também não aparece a crise de reputação e de imagem da empresa, capturada por um grupo pouco preocupado com esse patrimônio do povo brasileiro e sim, com a autopromoção. A falácia dos resultados em 3 anos da gestão Pedro Guimarães, sempre à custa da venda de ativos e reversão de provisões, mostra a total ausência de uma estratégia sustentável para a instituição, valorizando sua capacidade de gerar trabalho e renda por meio do crédito às empresas e com investimentos em moradia, saneamento e infraestrutura, além de grande operador das políticas públicas do governo.
Cadê a presidenta?
Chama a atenção, na sua na sua primeira coletiva de balanço, a ausência da presidente Daniella Marques, que se furtou a prestar esclarecimentos aos empregados, às empregadas, à população brasileira e a imprensa. No seu lugar, um dos vice-presidentes tentava justificar o injustificável, numa leitura monocórdia e tecnicista.
Ao se recolher, a presidenta da Caixa não esconde as digitais do Ministério da Economia sob o comando do Ministro Paulo Guedes. Comenta-se que, na véspera da divulgação do lucro, a direção da empresa convocou vários gestores para uma “chamada”, um puxão de orelhas, quando deveria reconhecer o trabalho das equipes, que mesmo sob assédio criminoso, conseguem se manter como referência para a população brasileira.
Deveriam lembrar também que os resultados alcançados nos balanços na gestão Pedro Guimarães/Governo Bolsonaro foram às custas de dilapidação do patrimônio da Caixa e que chega um momento que não resta mais nada para vender a não ser o próprio banco.
Se a Caixa é redonda, é bom os empregados, aposentados, clientes e a população brasileira avaliarem, realmente, se querem continuar com essa turma ou se é melhor olhar para o céu, vislumbrar as estrelas e alterar definitivamente o movimento das coisas. Afinal, a Terra não é plana e teremos oportunidade única este ano de mudar o estado de destruição, escolhendo a retomada do Brasil da esperança, tendo a CAIXA como valioso instrumento estratégico.