Da Redação
O terceiro e último bloco do seminário Caixa: um bem público na Vida das Pessoas, começou debatendo sobre o impacto da tecnologia para o futuro, principalmente para um banco público como a Caixa. Esse paradigma passa por um processo de compreensão e resposta às necessidades dos usuários e clientes, que estão cada vez mais utilizando equipamentos e aplicações para suas atividades, independente da classe social ou do local em que se encontram.
O palestrante foi Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC e consultor de Comunicação e Tecnologia. Ele também foi Presidente do ITI (Instituto de Tecnologia da Informação do Governo Federal) e coordenador do Programa de Telecentro São Paulo.
Amadeu mostrou como o cenário tecnológico atual envolve a chamada “datatificação” (mundo baseado na geração intensiva de dados), uso massivo da Inteligência Artificial e de uma concentração de poder. Ele trouxe impressionantes números do tráfego global de internet, de impacto urbano dos datacenters e de consumo de informação e mostrou como a sociedade se organizou em rede e na era informacional, que culminaram com o atual “capitalismo digital”.
Para ele, “o modelo de negócio baseado em plataformas e serviços digitais gratuitos se consolidou como o principal modelo de negócios do cenário digital e é sustentado pela coleta, armazenamento e tratamento de dados dos usuários”, o que acelerou e concentrou ainda mais os elementos do capitalismo nas grandes plataformas digitais globais e Super Apps. Essa realidade, segundo o pesquisador, está formando um “novo colonialismo” que amplia a concentração de renda e poder em alguns centros mundiais.
Já o economista do DIEESE e assessor da CUT nos conselhos do FGTS e FAT, Clóvis Scherer apresentou um panorama e a realidade dos principais fundos públicos para o desenvolvimento do país, mostrando como eles são instrumentos históricos desde o período colonial até os dias atuais. Atualmente existem cerca de 50 fundos públicos no Brasil, quem em 2018 movimentaram R$ 870 bilhões.
O economista explicou o que é o FGTS, que é operado pela Caixa bem como destacou sua importância para a economia brasileira, para o financiamento de programas e políticas públicas e como as iniciativas do governo, desde 2016, vem ameaçando a saúde de fundo.
Segundo ele, vem ocorrendo uma lenta descapitalização real do fundo com a crise do emprego formal no país e a criação de novas modalidades de saque que aumentam constantemente a saída de recursos. Por fim, Scherer também fez uma avaliação da atual situação do FAT, que infelizmente vem atendendo em seus programas de qualificação, apenas 9 mil trabalhadores e apenas R$ 2,3 bilhão no PROGER.
Assista o terceiro bloco do Seminário aqui:
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