CAIXA, um bem público na vida das pessoas.

Governo que gastar mais de R$ 300 milhões para apagar legado do Bolsa Família

O governo está atrás de mais recursos para o Auxílio Brasil. Mas calma: não é para incluir as milhares de famílias que passam fome e tiveram a ajuda negada, depois de perderem o auxílio emergencial.  Na verdade, querem R$ 324 milhões para trocar os cartões que trazem o nome do Bolsa Família e ainda são usados pela população para receber o dinheiro do Auxílio Brasil, segundo matéria da Folha de S. Paulo.

Reflita conosco: em um dos piores momentos econômicos do país um governo quer torrar R$ 324 milhões para trocar, sem motivo, os cartões do Bolsa Família. Com esse dinheiro, sabe quantas famílias poderiam receber, durante 12 meses, o valor de R$ 400 mensais? 67.500 famílias.

O governo quis empurrar a conta para a Caixa, mas o custo é de R$ 18 por cartão emitido. O Ministério da Cidadania pediu, então, recursos à Economia, que negou. Enquanto isso, as famílias abandonadas têm dificuldades para comer e se afundam em dívidas, não conseguindo pagar nem mesmo as contas mais básicas, por conta da inflação galopante.

Mas a oposição está atenta. O líder da Bancada do Partido do Trabalhadores, Reginaldo Lopes (MG), o deputado Bohn Gass (PT-RS) e parlamentares do PT, PCdoB, Psol, PDT e PSB peticionaram representação junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo a suspensão da substituição de cartões do Programa Bolsa Família que estejam em perfeita capacidade operacional para os beneficiários, até que a Corte julgue o mérito da representação.

Cópia mal feita do original: Relembrar é viver. Em outubro de 2003, o presidente Lula assinava a Medida Provisória que criava o Bolsa Família. Exemplo de política pública acertada o programa ganhou o mundo e receberia importantes prêmios internacionais, seria copiado por dezenas de países, incluindo alguns ricos, como a Itália, e, o que é mais importante, ajudaria o Brasil a acabar com a fome e a miséria.

O Bolsa Família surgiu como uma política pública planejada, de resposta rápida para as famílias vulneráveis e dentro de um projeto que envolvia outras ações de médio prazo como a política de elevação do salário-mínimo, geração de empregos, estabilidade econômica, dentre outras. Operado com competência pela Caixa, desde o início foi fundamental para salvar 35 milhões de brasileiros da miséria e tirar o país do mapa da fome.

Em 2021, dezoito anos depois, o governo Bolsonaro extinguiu o programa, deixou 25 milhões de famílias que recebiam o benefício desassistidas e, improvisadamente, instituiu o Auxílio Brasil com objetivo claro de apagar as conquistas do povo. A verdade é que a direita nunca foi favorável a ajudar os mais pobres e sempre criticou qualquer investimento que beneficiasse os trabalhadores.

Não custa lembrar este governo: só aceitou pagar o auxílio emergencial na pandemia sob forte pressão e, agora, resolveu extinguir o Bolsa Família por conta das eleições, como uma tentativa desesperada de “conquistar” o voto do eleitor mais pobre. Desconhecedor da capacidade de discernimento do povo brasileiro, acredita que mesmo com todo sofrimento causado pela negligência no combate à pandemia, com a piora constante nas condições de vida das pessoas, com desemprego em alta e a inflação descontrolada os eleitores não saberiam distinguir coisa séria de oportunismo.