A recente den\u00fancia apresentada pela Procuradoria-Geral da Rep\u00fablica contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais de 30 autoridades de sua gest\u00e3o representa um marco na luta pela preserva\u00e7\u00e3o da democracia brasileira. O indiciamento envolve figuras do alto escal\u00e3o do governo passado, incluindo militares que atuaram diretamente na formula\u00e7\u00e3o e execu\u00e7\u00e3o de uma agenda autorit\u00e1ria, cujo objetivo era subverter a ordem democr\u00e1tica e manter Bolsonaro no poder a qualquer custo.<\/p>\n
A apura\u00e7\u00e3o dessas responsabilidades precisa ser conduzida com celeridade e rigor, garantindo que aqueles que conspiraram contra o Brasil sejam devidamente punidos. N\u00e3o h\u00e1 espa\u00e7o para golpistas na democracia. O pa\u00eds assistiu, estarrecido, aos ataques contra as institui\u00e7\u00f5es, a militariza\u00e7\u00e3o da gest\u00e3o p\u00fablica e as in\u00fameras tentativas de descredibilizar o sistema eleitoral, numa estrat\u00e9gia que culminou com os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.<\/p>\n
O bolsonarismo n\u00e3o foi apenas um movimento pol\u00edtico de extrema-direita, mas uma tentativa sistem\u00e1tica de aparelhamento do Estado para fins privados e autorit\u00e1rios. A presen\u00e7a massiva de militares no governo foi um dos principais instrumentos dessa estrat\u00e9gia. Na Caixa Econ\u00f4mica Federal, essa realidade tamb\u00e9m se fez presente de maneira alarmante. Durante a gest\u00e3o de Pedro Guimar\u00e3es, ex-presidente da institui\u00e7\u00e3o, vimos a nomea\u00e7\u00e3o de militares para cargos estrat\u00e9gicos dentro do banco, alinhados a uma agenda de desmonte das estatais e submiss\u00e3o da Caixa a interesses pol\u00edticos.<\/p>\n
A l\u00f3gica de governo implementada por Bolsonaro permeou todas as esferas do poder e teve reflexos diretos na Caixa. O banco, que sempre desempenhou um papel social fundamental na economia brasileira, foi tratado como ferramenta de poder, com pol\u00edticas de ass\u00e9dio moral e sexual sendo encobertas dentro da institui\u00e7\u00e3o. Pedro Guimar\u00e3es, afastado em meio a den\u00fancias de ass\u00e9dio sexual, n\u00e3o era um caso isolado, mas parte de um modelo de gest\u00e3o autorit\u00e1rio, intimidat\u00f3rio e voltado para a privatiza\u00e7\u00e3o do banco p\u00fablico.<\/p>\n
\u00c9 fundamental destacar que, apesar do avan\u00e7o das investiga\u00e7\u00f5es e do afastamento de muitos dos envolvidos, resqu\u00edcios desse bolsonarismo ainda persistem na Caixa. Setores internos seguem alinhados \u00e0 antiga gest\u00e3o, tentando minar qualquer esfor\u00e7o de reconstru\u00e7\u00e3o e fortalecimento do banco como institui\u00e7\u00e3o p\u00fablica. A luta contra o bolsonarismo na Caixa n\u00e3o se encerra com a sa\u00edda de Pedro Guimar\u00e3es ou com a den\u00fancia da PGR contra Bolsonaro e seus aliados. Ainda h\u00e1 muito a ser feito para erradicar essa influ\u00eancia t\u00f3xica da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica.<\/p>\n
O Comit\u00ea Popular de Luta em Defesa da Caixa reafirma seu compromisso com a defesa da democracia e do patrim\u00f4nio p\u00fablico. Exigimos uma apura\u00e7\u00e3o r\u00e1pida e justa dos crimes cometidos, garantindo que aqueles que atentaram contra as institui\u00e7\u00f5es do pa\u00eds sejam responsabilizados. Tamb\u00e9m seguiremos vigilantes para que a Caixa seja resgatada de qualquer tentativa de instrumentaliza\u00e7\u00e3o pol\u00edtica e volte a ser um banco comprometido com os interesses do povo brasileiro.<\/p>\n
N\u00e3o podemos permitir que a democracia seja corro\u00edda por aqueles que tramam contra ela. A puni\u00e7\u00e3o dos golpistas e a reconstru\u00e7\u00e3o de institui\u00e7\u00f5es p\u00fablicas fortes s\u00e3o passos essenciais para que o Brasil nunca mais seja amea\u00e7ado por projetos autorit\u00e1rios e criminosos. O futuro do pa\u00eds depende da nossa capacidade de n\u00e3o esquecer e de exigir justi\u00e7a.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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